Professores precisam de tempo para preparar boas aulas

Os professores municipais de Londrina necessitam de disponibilidade de tempo para preparar aulas de excelência para seus alunos. A Secretaria de Educação precisa rever o calendário escolar para contemplar os encontros pedagógicos dos professores com os supervisores, ocasião em que a qualificação das aulas pode ser tratada. É uma reivindicação antiga que influencia diretamente na qualidade do ensino.
O problema foi levantado por educadores, especialistas em educação e por supervisoras das escolas municipais durante a realização do workshop sobre o curso “Técnicas Didáticas”, oferecido por quatro formadoras da Fundação Lehmann, de São Paulo, uma organização sem fins lucrativos. Elas estiveram em Londrina, segunda e terça-feira (19 e 20), para ministrar uma capacitação de 16 horas, em duas salas oferecidas pela Inesul. O curso, ofertado para 84 supervisores escolares, foi uma promoção do presidente da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, deputado Alex Canziani, numa parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
“Elas [supervisoras] mostraram uma preocupação quanto a replicar o conteúdo que estão vendo aqui”, salienta a pedagoga paulista Gilne Gardesani Fernandez, umas das formadoras da Fundação. “Os professores daqui não têm hora pedagógica especificada. A secretaria teria que mexer na carga horária para se ter o planejamento das aulas”, avalia Gilne, que tem 23 anos de escola pública.
A Fundação Lehmann existe desde 2002 e iniciou o programa “Técnicas Didáticas” no começo do ano passado. De lá para cá já foi ofertado para pelo menos quatro municípios. É a primeira vez que o grupo vem a Londrina, onde repassou noções sobre os cinco módulos apresentados no curso, todos voltados para a gestão da sala de aula. As monitoras esperam que as supervisoras possam se transformar em multiplicadoras perante os seus professores.
Além da explanação em si, as monitoras (formadoras) utilizaram material de planejamento das aulas, data-show e o livro “Aula Nota 10”, do diretor-executivo da ONG Uncommon Schools, Doug Lemov, dos Estados Unidos, que foi oferecido pela Fundação a todas as participantes. A obra, de 330 páginas, ensina 49 técnicas especiais para ofertar uma aula de primeira linha.
O deputado Alex Canziani elogia o trabalho da fundação. A Lemann desenvolve ações que tornem as redes, escolas e salas de aula capazes de garantir o aprendizado efetivo dos alunos. A proposta da instituição, salienta o deputado da educação, é contribuir para melhorar a qualidade do aprendizado dos alunos brasileiros.