Apenas 2% do Ensino Médio querem ser professor

Apenas dois por cento dos alunos do ensino médio desejam ser professor. A afirmação é da diretora executiva da Fundação Victor Civita, Angela Dannemann, que proferiu uma palestra para Frente Parlamentar da Educação nesta quarta-feira, em Brasília. A diretora falou dos 27 anos de trabalho da Fundação Victor Civita na área de educação.
Angela explica que a fundação foi instituída com o propósito de “criar um país mais justo e mais próspero através da educação. Entre as nossas principais metas estão qualificar e valorizar o professor e investigar as causas dos problemas na educação”. Ainda segundo ela, precisamos aplicar um piso salarial para o professor e implantar carreiras docentes atrativas, estimuladoras para permanência dos melhores profissionais nas escolas. “Também apoio a formação continuada (em serviço) correspondente às demandas da escola, sob a responsabilidade de um coordenador pedagógico.”
A diretora da fundação disse ainda que o professor precisa se aproximar das tecnologias. Atualmente 74% dos professores não se consideram preparados para usar computadores em sala de aula – salienta Angela Dannemann. Ela também defende a adoção de um currículo único para todo o país. “Um currículo que sirva de base para os professores e alunos. O documento deve apontar como os conteúdos devem ser organizados no espaço e no tempo, para que as aprendizagens esperadas sejam alcançadas por todos os estudantes. Também deve conter orientações didáticas com exemplos de atividades para a sala de aula e avaliar o progresso dos estudantes”, avalia. “Esse currículo não pode ser prescritivo, apenas dar as bases. O principal objetivo do currículo único deve ser a qualidade da educação para todos, independente de classe.”
O presidente da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, deputado Alex Canziani (PTB-PR), também defende a valorização do professor como principal medida para alcançarmos uma educação de qualidade para todos, e a adoção de um currículo único para o país. “Vários especialistas têm essa visão: investir no professor. Precisamos valorizar a carreira do docente. Eles precisam ser bem pagos, precisam de plano de carreira melhor do que o que esta aí. Vemos que em outros países o professor tem um salário digno, tem a carreira valorizada, como qualquer outra profissão.”
Canziani diz ainda que sem um bom professor não teremos boas escolas. “Também defendo o currículo único para o país. O professor precisa saber o conteúdo que vai dar na sala de aula. Os alunos também necessitam dessa informação, assim como os pais. Isso vai dar uma certa segurança a todos e vai sem dúvida aperfeiçoar o aprendizado”, ressaltou o deputado da educação.
Durante a palestra foi destacado também que atualmente o Brasil tem 3,8 milhões de crianças e adolescentes fora da escola.