Assaí lança castelo japonês

AssCom Alex Canziani
27 de Fevereiro de 2008 - 09:53 h

Cidade que evoluiu da Colônia Três Bocas, fundada há 76 anos, Assaí lançou (Norte), ontem pela manhã, a pedra fundamental do ”maior castelo japonês do Brasil”, em comemoração ao Centenário da Imigração Japonesa no país.

Trata-se de obra grandiosa que custará mais de R$ 4 milhões e não ficará pronta para a festa do Imin 100, entre 18 e 22 de junho próximo; irá demorar de um ano e meio a três anos, estima o prefeito Michel Ângelo Bontempo, até pela complexidade. Por exemplo, as partes de madeira vão exigir mão-de-obra especializada inexistente na região, observou. As telhas virão do Japão, doadas pela Província de Hyogo, onde existem castelos com os quais o de Assaí terá semelhanças.

Segundo Bontempo, a construção do castelo irá impulsionar o turismo no município. Embora com a participação de poderes públicos e da comunidade, em ”mutirão”, Bontempo creditou à Liga das Associações Culturais de Assaí (Laca) a iniciativa. ”Temos grandes guerreiros e um deles é a sigla Laca”, afirmou o Prefeito, agradecendo ao presidente da entidade, Cairo Koguishi.

A maior parte dos R$ 4 milhões virá dos Ministérios do Turismo e da Cultura, via incentivos fiscais (Lei Rouanet), informou Koguishi. Com a primeira parcela de R$ 500 mil já à disposição, obtidos através do deputado federal Alex Canziani (PTB), as obras preliminares no local, o Monte Urbano, ponto mais alto no Centro da cidade, começam imediatamente, informou o engenheiro Shizuo Furukawa. O castelo terá quatro pisos, com 600 metros quadrados na base, estreitando-se gradativamente até o topo, na altura de 22 metros. Cogita-se, inicialmente, um restaurante japonês no último pavimento; museu e salão de encontros culturais nos intermediários e a sede da Laca no térreo.

DIVERGÊNCIA – O castelo será o memorial da imigração, razão da existência de Assaí, fruto de uma colonização dirigida exclusivamente a japoneses, mas pertencerá à toda a comunidade atual, abrangendo as outras etnias que vieram depois, segundo Koguishi em seu discurso. Anteriormente, ele dissera à FOLHA que o castelo não terá nome de pessoas, mas do lugar, a exemplo das províncias japonesas. Assim, diverge do prefeito, para quem o castelo ”vai glorificar a família Ikeda”. Estava presente o delegado da Polícia Federal aposentado Mário Ikeda, neto de Heitaro Ikeda, que chegou ao Brasil em 1908 no Kasato Maru e mudou-se para Assaí em 1939.

Um dos mais interessados era Teruhiko Kumata, de 78 anos, natural da Província de Fukushima, cuja família chegou ao Brasil em 1936. Ele tinha apenas seis anos. A família mudou-se do Estado de São Paulo para Assaí em 1938 e trabalhou na formação de café até comprar os primeiros dez alqueires, atualmente possui 110.

A solenidade teve o início com uma celebração do monge budista Takanori Himai, às 9h10. Além de autoridades municipais compareceram Takumi Shimada, presidente do Imin 100 no Paraná; Makoko Yamashita, presidente do Instituto Hyogo no Estado; e o deputado federal Alex Canziani.

(FOLHA DE LONDRINA E ASSCOM ALEX CANZIANI)