Seminário discute educação à distância

Discutir possibilidades de oferecer ensino profissionalizante de nível técnico ao maior número de cidades brasileiras é o objetivo que reuniu cerca de 200 pessoas hoje no primeiro dia do Seminário Nacional de Educação Profissional à Distância, em Curitiba. Estiveram presentes à abertura os secretários de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco, e de Educação à Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky, e o secretário do Estado da Educação, Maurício Requião. O evento está sendo realizado na Universidade Tecnológica até este dia 6.
O Seminário prevê o estabelecimento de diretrizes e orientação em torno do edital do Seed/Setec/MEC número 01/2007, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em abril deste ano. Segundo Bielschowsky, o edital propõe a construção de um modelo de educação tecnológica semipresencial, nos moldes do que já acontece com a Universidade Aberta do Brasil (UAB): os municípios e estados montam um pólo de educação à distância com os equipamentos necessários, as instituições de ensino oferecem os cursos e o governo entra com o processo de tutoria e apoio aos parceiros.
“Quando o pólo estiver montado, cada local pode escolher um menu de cursos que tem interesse em ofertar”, afirma Eliezer Pacheco. No Paraná, já existem 200 pólos em funcionamento, que ofertam cursos profissionalizantes de nível médio. “O edital deve estimular os municípios a receber os pólos e as instituições a oferecer cursos”, afirma Pacheco. De acordo com ele, as aulas serão semelhantes ao formato de videconferência, mas com máxima interatividade entre aluno e professor.
O seminário propõe também uma discussão sobre a democratização do ensino técnico de qualidade e deve-se elaborar um documento com as diretrizes definidas coletivamente durante o debate. “Essas diretrizes serão respeitadas durante o processo de expansão da educação tecnológica”, afirma Bielschowsky. Entre os focos de discussão estão a inclusão de quem têm acesso limitado à rede, laboratórios e equipamentos necessários para os cursos e material didático.
Embora não estivesse presente no evento, o presidente da Frente Parlamentar de Educação à Distância do Congresso Nacional, deputado Alex Canziani (PTB-PR), apóia a iniciativa e está procurando estimular as prefeituras da região Norte do Estado a ingressarem no programa: “Não tenho dúvidas de que o caminho para o desenvolvimento social e profissional passa pela educação, e este modelo de ensino à distância é perfeitamente compatível com os novos tempos. É a escola do Século 21”, destacou o parlamentar paranaense, que dia 21 de maio promoveu um encontro voltado a prefeitos, secretários municipais e diretores de escola, ocasião em que foi abordado o tema.
EXPERIÊNCIAS – A escolha do Paraná como sede do evento foi motivada pela importância da UTFPR no cenário da educação profissional brasileira e, principalmente, pelas experiências já consolidadas na escola técnica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Além dessas experiências, ainda vamos estudar outros casos de ensino profissional a distância para que tenhamos base para a discussão”, diz Eliezer Pacheco.
O secretário informa que, por meio do edital, o governo federal garante R$ 150 milhões anuais, por quatro anos, para que cada estado apresente propostas de aplicação da verba em educação técnica a distância. O prazo do edital para municípios e instituições enviarem propostas vai até dia 31 de agosto. A previsão do Ministério da Educação é chegar a mil pólos de ensino técnico a distância nos próximos três anos.
CONDIÇÕES DO PARANÁ – “Se o MEC puder atender à demanda, o Paraná terá estrutura para receber os cursos nas cerca de mil escolas do Estado que oferecem ensino médio”, afirma o secretário de Educação do Paraná, Maurício Requião. O secretário explica que o Paraná tem uma rede de televisão educativa e, em 70% das escolas, já foram instalados aparelhos televisores e antenas parabólicas. Além disso, o governo do estado trabalha na montagem de uma rede que liga as 2.100 escolas do Paraná em uma rede de transmissão de dados via fibra óptica.
De acordo com o secretário Requião, o objetivo do Paraná, ao oferecer apoio ao seminário e se candidatar ao edital, é fazer com que o ensino profissionalizante chegue a pelo menos 250 mil jovens paranaenses. “A parceria entre as universidades, que oferecem os cursos, e o governo, que proporciona estrutura e recursos, é extraordinária e o seminário é uma manifestação de boa vontade de todas as partes para que a expansão do ensino técnico aconteça”.
Participam do evento o reitor da UTFPR, Eden Januário Netto, representantes do Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Concefet), do Conselho das Escolas Agrotécnicas Federais (Coneaf) e do Conselho de Diretores das Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais (Condetuf), além de diretores do Fórum Nacional de Gestores Estaduais da Educação Profissional (Geep).
A programação de amanhã prevê uma visita à escola técnica da UFPR e uma plenária para a definição de parâmetros gerais dos projetos a serem apresentados em resposta ao edital. No último dia do evento, será elaborado um documento que sistematize os resultados da discussão do dia anterior, que será encaminhado para apreciação das instituições envolvidas.
(COM ASSESSORIA DE IMPRENSA DA UTFPR)