A demora no processo de doação da área e do empenho de recursos federais para a construção do campus da Universidade Tecnológica Federal em Londrina está preocupando algumas entidades de classe e de profissionais da cidade, cujos representantes estiveram reunidos ontem à noite na sede do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal). Na ocasião esteve presente o deputado federal Alex Canziani (PTB), um dos articuladores pela instalação da instituição na cidade.

Para o deputado, a demora na definição pode prejudicar a instalação do campus em Londrina. Ele explica que a questão deve ser definida pela Prefeitura. “O que cabe ao Governo federal e à própria Universidade Tecnológica já foi tudo resolvido. Agora falta a doação do terreno para a Universidade iniciar as obras e a liberação de pelo menos parte dos recursos federais, que poderia ser agilizada pela Prefeitura”, salienta Canziani, levando em conta a facilidade que pode ser obtida pelo fato de o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ser de Londrina e ligado politicamente à Administração municipal.

EMENDA – Uma emenda parlamentar de Bancada destinou, para este ano, R$ 14.559.600,00 do Orçamento da União para o empreendimento, sem contar os R$ 3 milhões que já estão garantidos desde o ano passado. “São R$ 17 milhões e meio que temos para aplicar aqui na nossa cidade”, argumentou Canziani.

Para repassar o terreno já indicado à Universidade Tecnológica (uma área de 72 mil metros quadrados localizada ao lado da estrada dos Pioneiros – Região Leste), a Prefeitura precisará antes adquiri-la ou desapropriá-la, já que é uma propriedade privada. Problemas existentes na medição do terreno, porém, ainda não foram resolvidos no âmbito cartorial e jurídico.

O projeto também precisa passar pela aprovação da Câmara de Vereadores, que realizaria duas sessões para a sua votação antes de o terreno ser formalmente doado: “O ideal, porém, é que tudo isso aconteça até o próximo dia 30 de junho,”, destaca o parlamentar, temendo que o projeto de instalação da UTF-Londrina entre num processo moroso por causa dos resultados das campanhas eleitorais. “A hora de acontecer é agora, porque se o [presidente] Lula for candidato e ganhar, ele pode depois frear todo esse processo para economizar dinheiro no início do seu próximo mandato, em janeiro. Se perder, pode acontecer a mesma coisa, já que ele não vai querer deixar certas pendências para o próximo Governo”, explicou o parlamentar.

FARÁ CONTATO – O presidente do Ceal, Nélson Brandão, concordou com a tese de Canziani e disse que, acompanhado de representantes de outras entidades, vai interceder junto ao prefeito Nedson Micheleti e ao ministro Paulo Bernardo para agilizar o processo: “Não podemos perder esta importante obra. O interesse da cidade é maior e precisa ser considerado”, salientou Brandão, perante as 11 pessoas presentes na reunião.