As dificuldades fiscais e as angústias sociais esperadas para este ano no país e no Paraná são algumas das preocupações do deputado federal Alex Canziani (PTB), que manifestou publicamente a respeito em uma reunião realizada hoje de manhã no plenário da Câmara Municipal de Londrina, entre 133 representantes das diferentes categorias dos servidores públicos do Estado e deputados estaduais e federais da região. O encontro, coordenado pelas vereadoras Lenir de Assis (PT) e Elza Correia (PMDB), teve por objetivo ouvir os agentes políticos sobre o movimento estadual dos servidores, contrário ao pacote de medidas de ajuste fiscal recentemente encaminhado à Assembleia Legislativa pelo governo do Estado.

Apesar de estar impedido constitucionalmente de votar e deliberar projetos desta natureza, por não ser deputado estadual, o deputado federal Alex Canziani está acompanhando toda a crise e inclusive tem articulado pessoalmente algumas ações na capital do Estado. Lembrou, inclusive, que o retrocesso do governo em algumas propostas enviadas à Assembleia foi bem sucedido e conseguido com “muita conversa”. Mesmo assim, o parlamentar acha que os dois lados precisam dialogar mais, e de forma bem madura, para se chegar a um consenso nas outras propostas. Para ele, “teremos um ano difícil em arrecadação e investimentos tanto a nível federal quanto estadual”, o que pode comprometer até a folha de pagamentos.

Sobre o fundo previdenciário de R$ 8 bilhões do Paraná Previdência, que o governo pretende acessar, Canziani disse que vê a questão com “muita preocupação”. De qualquer forma, as partes precisam conversar bastante “para driblar a crise” e resolver o caso.

O deputado disse, aliás, que é a favor de uma reformulação na política previdenciária do funcionalismo do Estado, “desde que a nova passasse a vigorar para os futuros concursados. Para os que já estão aí, não mudaria nada”. Ele lembrou que já votou e ajudou a aprovar um projeto semelhante a nível federal.

O parlamentar não concorda com decisões unilaterais e insiste no diálogo para debelar toda esta celeuma política que se criou com as apresentações dos controvertidos projetos na Assembleia Legislativa: “Temos que buscar um caminho, uma solução, e eu estou pronto para ajudar no que for possível”, disse o parlamentar paranaense para a plateia formada basicamente por sindicalistas e docentes da Universidade Estadual de Londrina, que ocuparam parte do plenário da Casa. “Não há uma boa solução sem uma boa conversa”, reafirmou.