Canziani critica livro que está indo para alunos

AssCom Alex Canziani
7 de junho de 2017 - 13:24 h

O deputado federal Alex Canziani (PTB) está indignado com a obra literária “Enquanto o Sono não Vem”, de José Mauro Brant, que estava para ser distribuída entre os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Educação de Londrina, dentro da política do Pacto Nacional pela “Alfabetização na Idade Certa” (PNAIC).

Para ele, um dos contos, intitulado “A Triste História de Eredegalda”, faz apologia ao incesto, à pedofilia e ao machismo: “Não queremos censurar livros, mas não se pode dar, a uma criança de 7 a 8 anos, uma história como essa”, realçou, de forma contundente. No conto, o pai, que é um rei, sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas e transformar sua esposa em criada. A filha acaba morrendo no fim da história. O conteúdo rende polêmicas em muitas regiões do país.

O parlamentar paranaense criticou o livro hoje de manhã durante reunião da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele pediu um aparte à presidência da CE para argumentar.

Presidente da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, Alex Canziani já entrou em contato com o MEC para solicitar o recolhimento de toda a edição do livro. Ele também solicita uma audiência ao ministro Mendonça Filho para formalizar a queixa.

Ouça aqui a crítica que o deputado fez na Comissão de Educação, e, abaixo, o conto de José Mauro Brant:

“A Triste História de Eredegalda”

Eram três filhas de um rei.

Todas três eram belas.

A mais bela de todas

Eredegalda chamava.

Um dia, seu pai lhe disse:

-Se quiseres casar comigo,

Serás a minha esposa,

E tua mãe, nossa criada.

-Isso não, querido pai,

Isso não pode ser,

Prefiro ficar fechada

Do que ver minha mãe criada.

Então o rei mandou construir três torres

E trancou Eredegalda dentro.

Só poderia comer carne salgada

Sem beber um copo d’água.

Eredegalda saiu chorando,

Chorando lágrimas de sangue.

Subiu à primeira torre

Para ver quem avistava.

Avistou suas irmãs,

Que na praia passeavam,

E disse: – Irmãs queridas,

Vêm me dar um copo d’água.

-Não lhe damos um copo d’água,

Pois papai já nos jurou

Pela ponta da sua espada

Se te dermos um copo d’água.

Eredegalda saiu chorando,

Chorando lágrimas de sangue.

Subiu à segunda torre

Para ver quem avistava.

Avistou a sua mãe,

Que na sala descansava,

E disse: -Ó mãe querida,

Vem me dar um copo d’água.

-Não lhe dou um pingo d’água,

Pois seu pai vai me matar,

Com a ponta da sua espada,

Se eu te der um copo d’água.

Eredegalda saiu chorando,

Chorando lágrimas de sangue.

Subiu à terceira torre

Para ver quem avistava.

Avistou o triste pai,

Que num jardim de rosas passava,

E disse: -Ó querido pai, o favor

De me darum copo d’água.

-Não te dou um copo d’água,

Pois tu não quiseste ser minha.

Serias a minha amada

Tua mãe nossa criada.

Eredegalda saiu chorando,

Chorando lágrimas de sangue,

E disse: – Pai, se é a mim que tu queres,

toma lá minha mão esquerda.

Vou mandar três cavaleiros,

Cada qual com um jarro d’água.

Aquele que chegar primeiro

Casará com Eredegalda.

Todos três chegaram juntos

Mas Eredegalda já estava morta,

Acompanhada de quatro anjos

E Jesus perto da porta.