Bons projetos obtêm recursos, diz deputado

A elaboração de bons projetos e a construção de boas relações é o caminho para se obter financiamentos às universidades. “Se a instituição tem uma proposta condizente e com todas as especificações exigidas, as oportunidades vão sempre existir”, salientou o presidente da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, deputado Alex Canziani (PTB-PR), para uma plateia de 85 gestores, coordenadores de cursos e professores presentes no debate intitulado “1º Encontro para Captação de Recursos – Âmbito Nacional”, realizado ontem à noite, na Associação Cristã de Moços (ACM) de Londrina, pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil). Canziani foi um dos convidados do debate, que sucedeu a palestra do diretor do Sistema de Ensino Profissionalizante da Abril Educação, Francisco Carlos D´Emílio Borges (foto abaixo). A mediação foi da jornalista Patrícia Chiosi.
“Percebemos que há muitos projetos para se obter recursos, mas nem todos estão com as diretrizes corretas exigidas, inclusive pela legislação”, explicou o parlamentar paranaense, para justificar o título do debate. Canziani contou três cases de sucesso da qual participou diretamente na suas viabilizações: as construções do Museu de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual de Londrina do teatro do colégio Mãe de Deus, ambos de Londrina e a do câmpus da Universidade Federal em Jandaia do Sul, no Norte do Estado. “Quando se tem bons propósitos e os projetos estão coerentes e completos, sempre será possível obter apoio, e isto vale tanto para a iniciativa pública quanto para a privada”, destacou.
CAPACITAÇÃO – A UniFil iniciou uma série de palestras e debates para orientar e capacitar gestores, coordenadores de cursos, professores e outros funcionários sobre captação de recursos externos para desenvolvimento de projetos e fortalecimento da universidade. A intenção é apresentar aos colaboradores as inúmeras fontes de financiamento públicas e privadas, nacionais e internacionais, traçando planos e metas para inserção da UniFil em programas de fomento ao ensino, pesquisa e extensão, bem como à ampliação de infraestrutura e recursos tecnológicos.
“Queremos difundir visão e cultura inovadoras na UniFil, estimulando a equipe a planejar e executar ações estratégicas. A captação de recursos externos é prática comum em universidades dos Estados Unidos, países da Europa e também na Ásia. As instituições conseguem significativos aportes financeiros, em parcerias com empresas, instituições, organismos de fomento, ou com a colaboração de ex-alunos”, destaca o reitor da universidade, Eleazar Ferreira.
O reitor observa que no Brasil ainda são raras as experiências bem sucedidas de captação de recursos fora dos programas públicos e oficiais. “É incipiente a participação da iniciativa privada e de instituições internacionais como indutoras do desenvolvimento acadêmico e científico”, diz.
A reitoria da UniFil instituiu dois grupos de trabalhos para estudar estratégias e fazer da instituição um modelo de universidade que sabe aproveitar as possibilidades apresentadas pelos organismos oficiais e a iniciativa privada. No próximo dia 21, às 8 horas, no Hotel Blue Tree, haverá outra palestra e debate com João Paulo Vergueiro, diretor executivo da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, professor assistente de Responsabilidade Social Corporativa, mestre em administração pela FGV-SP. Ele enforcará fontes internacionais de financiamento, referências de conteúdo e dicas para elaboração e gestão de projetos.
O reitor ressalta que com os recursos públicos cada vez mais escassos e o cenário econômico de aperto no bolso dos brasileiros, é fundamental a busca de novas fontes de recursos para alavancar a qualidade da educação, principalmente a universitária. “Será muito difícil para as instituições privadas manterem-se somente com a receita das mensalidades”, avalia. “Um dos grandes limitadores para a captação de recursos é a falta de projetos. Ou seja, sem um bom projeto, adequado aos editais, atendendo às necessidades dos financiadores privados, as universidades perdem grandes oportunidades de investimentos”, diz o reitor.
NO EXTERIOR – Um exemplo de como a captação de recursos externos é relevante pode ser visto nos Estados Unidos: em 2004, os americanos doaram 24 bilhões de dólares às suas universidades, utilizando-se de benefícios fiscais. Do total, Harvard University obteve 540 milhões de dólares entre dinheiro proveniente de ex-alunos, pessoas que foram atendidas pela instituição, fundações e corporações. No Brasil, algumas instituições como Mackenzie, FGV e Politécnica da USP já estruturam departamentos específicos para captação de recursos, além de incentivarem a formação de associações de ex-alunos.