Alex critica mudanças em recursos do Sistema S

A possibilidade de o governo mudar a destinação dos recursos compulsórios do Sistema S não encontra eco na Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, pelo menos na opinião do presidente do colegiado, deputado Alex Canziani (PTB-PR). Ele abordou o caso como palestrante do “Diálogo 5” do Congresso Nacional do Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (Sicomércio), realizado pela CNC de 28 a 30 de outubro no Rio de Janeiro.
Canziani defendeu o Sistema S, e avisou: “Se o governo quiser simplesmente pegar os recursos do Sistema S, meu voto não terá. Para tirar recursos de quem faz com competência e dedicação, com estrutura para melhorar a formação de mão de obra, não vão contar conosco”, alertou. Para o presidente da FPE, a alternativa seria ampliar a parceira do governo via Programa Nacional do Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “O Sistema S sempre foi parceiro do governo, ajudando na formação dos trabalhadores do Brasil. Impor algo ao Sistema S não é o caminho”, destacou o deputado, durante a sua apresentação no debate.
O painel “Educação para o Trabalho e Atuação Parlamentar” teve como mediador Marcos Arzua, secretário-geral da Confederação. “Cidadania é um direito Constitucional, e no nosso âmbito de educação, no nosso sistema sindical do comércio, o Senac, desde 1946 é uma referência. Mas é indiscutível o fato de que o Poder Legislativo é o lugar perfeito para o desenvolvimento de políticas públicas para a educação”, afirmou Arzua, ao apresentar Alex Canziani à plateia.
FORMAÇÃO BÁSICA E CURRÍCULO – “A formação básica até os seis anos é importante para o desenvolvimento do futuro cidadão”, disse Canziani, para destacar a importância dessa fase de estudos. Para ele, o ensino médio é o grande gargalo da educação, devido, entre outros fatores, à evasão escolar. Muitos deles não veem o significado de estar na escola. “Estrutura ruim e professores sem didática são fatores críticos para o Brasil. Ou revertamos isso no ensino médio, para ser mais adequado, para que possa ser mais interessante para o aluno, ou não vamos reverter a situação de nosso país.”
O presidente da Frente Parlamentar da Educação falou também sobre o currículo nacional comum, que busca a padronização de pelo menos 60% do currículo da educação básica no Brasil. “Hoje qualquer escola de qualquer cidade ensina determinadas coisas sem conexão com o que acontece no restante do País. Os países que tiveram avanço na educação tinham uma base comum, por normatizar o que ensinar”, explicou Canziani.
Para o deputado, é preciso também pensar na formação dos educadores. “O Brasil precisa de profissionais que façam diferença. Precisamos formar essa mão de obra para que o professor saiba usar as melhores tecnologias em sala de aula. Que saiba engajar alunos”. Canziani conclamou os empresários a participar dos debates e iniciativas do governo para a educação e sugeriu a possibilidade de centro de formação de professores, o que ele considerou que seria “mais uma grande contribuição do Sistema com o País”.
“Falta também conhecimento dos deputados sobre muito do que é feito na educação”, destacou Canziani. “Temos que nos aproximar mais dos deputados e senadores. O trabalho feito pela CNC nesse sentido em Brasília e nos Estados é fundamental para que tomem conhecimento de tudo o que é feito pelo Sesc e pelo Senac em todo o País. Sou um defensor do Sistema S porque acredito na competência que tem. Temos causas em comum, como o emprego, o trabalho e, acima de tudo, a educação”, destacou.
COM “JORNAL DO BRASIL”, INFORME CNC