Ações audiovisuais ajudariam economia londrinense

Um encontro entre o Núcleo Audiovisual de Londrina, capitaneado pela produtora londrinense Natasha Manttovanni Murphy, e membros do Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação e Comunicação (APL de TIC), pode resultar em muitos dividendos para a região, com investimentos importantes em produções de alto gabarito. O encontro foi promovido nesta sexta-feira de manhã na reunião do grupo da TIC, realizada na sede do Senai de Londrina. O evento foi promovido pelo deputado federal Alex Canziani (PTB), que apresentou, na ocasião, o gestor da área de Desenvolvimento Econômico da Rio Filme, Edison Viana, do Rio de Janeiro.
Viana veio para explicar e orientar como se dá o trabalho de fomento do segmento audiovisual no Rio de Janeiro e em cidades fora das capitais, já dentro do que se convencionou chamar de “economia criativa”, conjunto de atividades econômicas relacionadas à produção e distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários. A Rio Filme é uma Sociedade Anônima da Prefeitura do Rio de Janeiro vinculada à Secretaria Municipal de Cultura, e atua nas áreas de distribuição, apoio à expansão do mercado exibidor, estímulo à formação de público e fomento à produção audiovisual, visando o efetivo desenvolvimento da indústria audiovisual carioca. O executivo do Rio já tinha estado na véspera, em Londrina, num encontro com produtores audiovisuais londrinenses na Câmara Municipal, a convite do vereador Péricles Deliberador (PSC).
“Temos grande potencial para a área aqui em Londrina, e quando juntamos com a tecnologia da informação e comunicação acho que poderemos obter projetos interessantes e bem sucedidos”, salienta o deputado Alex Canziani.
Segundo Natasha Murphy, presidente do NAV Londrina, a ideia é promover o desenvolvimento e fomento industrial do audiovisual em Londrina. “Temos certeza que, com as pessoas certas, poderemos trazer novas perspectivas econômicas para a cidade”.
FRANCO CRESCIMENTO – Londrina e região não têm tradição na captação de recursos para o setor. Nacionalmente, a despeito da recessão, o segmento audiovisual brasileiro exibe, literalmente, crescimento cinematográfico. Em 2014, por exemplo, o setor gerou R$ 24,5 bilhões em renda para a economia do país, contra R$ 8,7 bilhões em 2007, aponta pesquisa da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Uma expansão que beira 9% ao ano e vem acompanhada de um salto no volume de produções para cinema, televisão e outras mídias, com aumento na oferta de empregos.
A frente digital se destaca como a nova via de crescimento do setor. O Brasil já é o oitavo maior mercado em vídeo sob demanda no mundo, com estimativa de gerar US$ 352,3 milhões em receitas este ano. Isso representa um mercado duas vezes maior que o mexicano ou o triplo do tamanho do segmento argentino.
O audiovisual conta com fontes de financiamento que não dependem do desempenho da economia em geral. E isso mantém as produções não apenas sendo feitas, como também crescendo. O Fundo Setorial do Audiovisual é alimentado principalmente pela Condecine, tributo pago para veiculação, produção, licenciamento e distribuição de obras audiovisuais com finalidade comercial pelo próprio setor.
PRODAV – O Fundo Setorial do Audiovisual mantém o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav), que destina recursos para produção de obras audiovisuais destinadas ao mercado da televisão, produção de conteúdo em projetos de programação, núcleos criativos, laboratórios de desenvolvimento, incentivo à qualidade do cinema brasileiro e produção de conteúdo para TVs públicas.
Uma das propostas surgidas no encontro com o executivo da RioFilmes é a prefeitura de Londrina destinar para o desenvolvimento do setor parte do ISS recolhido dos ingressos dos cinemas. Segundo estudos apresentados por Edison Viana, Londrina tem grande potencial, pois possui 25 salas de exibição (22º do país) e vende 1,34 milhão de ingressos por ano (16º), arrecadando R$ 13,9 milhões e tornando-se o 16º do Brasil no ranking de bilheteria.