A situação da educação é grave porque, entre tantos problemas, 76% das crianças até três anos estão fora da creche. A informação é do secretário de Educação Básica do MEC, Romeu Caputo, que esteve realizando hoje de manhã uma palestra para a Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional, em Brasília. Segundo ele, a meta do governo é construir 6 mil unidades até 2014, o que contribuiria para amenizar o problema.

O secretário apresentou as principais metas, como currículo mais enxuto, valorização dos professores e construção de creches. “As taxas de atendimento por creche no país ainda são muito baixas.”

Uma novidade, segundo Caputo, são os pregões nacionais para ajudar os prefeitos a construírem unidades de ensino infantil. O secretário informou que, pela nova metodologia, as empresas contratadas devem entregar mil creches em até sete meses. Os primeiros lotes para adesão e início das obras devem sair na próxima semana.

Romeu Caputo também falou sobre a valorização dos docentes, informando que mais de 350 mil professores alfabetizadores estão recebendo bolsa de R$ 200 para capacitação.

Além disso, quase 17 mil orientadores de estudo estão sendo formados em 38 universidades públicas para atuar como capacitadores locais. Cada orientador recebe bolsa de R$ 765.

Outra medida para atender a meta, segundo Caputo, é ampliar a distribuição de livros para cada sala do ciclo de alfabetização. Sessenta milhões de livros didáticos, jogos pedagógicos e obras literárias foram distribuídas para os 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental.

Quanto à adoção de um currículo único no país, o secretario ressaltou: “Precisamos dizer a cada cidadão, cada estudante, independente da região em que ele esteja, qual o seu direito de aprendizagem”.

Quem também prestigiou a palestra foi o presidente da Comissão de Educação, Gabriel Chalita. O presidente da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), avaliou como positivas as iniciativas do MEC para melhorar o ensino básico, e reforça os objetivos da pasta: “O nosso currículo tem que ser claro e objetivo, com menos matérias, para que professores e alunos saibam o que será dado em sala de aula”, destaca o deputado da educação.

Ainda de acordo com o parlamentar paranaense, o Brasil precisa urgentemente melhorar a formação dos professores. “Estimular o docente é o ponto principal. &Eacute fato também que a infraestrutura de muitas escolas é muito ruim. E por fim a construção de mais creches é primordial para avançarmos na melhora do ensino médio”, disse o deputado da educação.

Alex Canziani ainda destacou outras medidas que farão a diferença para elevar o nível do ensino brasileiro: “Temos que colocar em prática programas do governo federal, como o Alfabetização na Idade Certa, para que não tenhamos mais crianças que vão para o ensino fundamental sem saber ler e escrever. E não podemos esquecer que o Congresso ainda precisa votar o Plano Nacional de Educação 2011-2020, com as principais metas que devem ser aplicadas no ensino em 20 anos”, ressalta.

O projeto do Plano Nacional de Educação (PNE), com as principais diretrizes para a Educação, chegou ao Congresso Nacional em 2011 e hoje está no Senado Federal.