A Comissão Especial da Câmara dos Deputados destinada à reforma do Ensino Médio realizou audiência pública com especialistas em educação para debater mudanças no segmento. Um dos participantes foi o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, César Callegari. Durante a reunião o secretario admitiu que o ensino médio do país enfrenta dificuldades que vão desde a formação dos professores até a qualidade do material didático.

Segundo ele, essa etapa de ensino teve grandes avanços nos últimos anos, principalmente relacionados à ampliação dos índices de acesso, mas ainda precisa de melhorias na qualidade. “A imensa maioria professores do ensino médio tem hoje curso superior, o que é um avanço. Mas muitos deles não têm a habilitação especifica para a matéria que lecionam. Em algumas matérias ainda há déficit de docentes”, explica o secretário, que também disse que o Ministério da Educação vem adotando medidas de estímulo à formação desses profissionais. “Em química, física e matemática, por exemplo, faltam 170 mil professores”.

A mudança vai de encontro à proposta do Conselho Nacional de Educação já anunciada pelo MEC, de reunir as atuais 13 disciplinas do ensino médio em quatro grandes áreas.

César Callegari fez questão de esclarecer que a medida não deve diminuir a carga de estudo dos alunos nem a quantidade de disciplinas. “A cada dia que passa o mundo produz mais conhecimento, e não podemos pensar que o jovem brasileiro tem de ter menos conhecimento que o colega dele, que é norte-americano, coreano, chinês ou francês”, argumentou.

Para o deputado Alex Canziani (PTB-PR), que faz parte da Comissão, o ensino médio é a modalidade que precisa de mudanças com urgência. “Precisamos de mudanças estruturais no ensino médio urgente para não comprometermos o futuro de nossos jovens que necessitam estar bem preparados para o mercado de trabalho, cada vez mais exigente e competitivo. Portanto, vejo este trabalho da Comissão Especial para o ensino médio como avanço para alcançarmos uma educação de qualidade para todos”, salientou o deputado da educação. “No final dos trabalhos desta Comissão vamos apresentar propostas que poderão se transformar até em projeto de lei com sugestões de mudanças significativas no nossa ensino médio”, destacou o parlamentar paranaense.