Faculdades públicas são melhores

AssCom Alex Canziani
11 de setembro de 2008 - 10:50 h

As universidades públicas são melhores que as privadas, segundo o último Exame Nacional de Desempenho (Enade), realizado pelo Ministério da Educação. Segundo o vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Alex Canziani (PTB-PR), o resultado não foi surpresa. Para ele, o mais importante neste momento é “digerir” as notas obtidas pelas universidades brasileiras para descobrir onde estão ocorrendo falhas. “O importante é toda a comunidade educacional participe do processo de melhoria da qualidade do ensino brasileiro.”

Canziani lembra as desiguldades comuns entre as universidades públicas e privadas: “Quem passa a vida inteira estudando em escola pública infelizmente tem poucas oportunidades de passar para as universidades públicas, e acabam indo para as faculdades privadas. Já quem se prepara nas escolas particulares tem melhores chances de cursas universidades públicas”.

Alex Canziani, que também é presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Educação Profissional do Congresso Nacional, destaca o Plano de Desenvolvimento da Educação e lembra que o próprio PDE estabelece as avaliações necessárias. “Obviamente os exames que existem para avaliar qualidade não são perfeitos, mas são um grande e importante indicador”, salienta o parlamentar paranaense. “Muitas vezes a gente vê ‘chiadeira’ não só dos municípios, mas dos Estados e também das universidades públicas e privadas, que colocam em dúvida certos resultados, mas eu acho que o caminho é esse mesmo. Precisamos de ‘nota’ para avaliar a qualidade e balizar as ações para a melhoria da educação”, salienta Canziani.

O ENADE – A maior concentração de cursos que obtiveram as notas mais altas no Enade no passado está nas universidades e faculdades públicas. Segundo os dados divulgados recentemente pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 44,3% dos cursos de instituições públicas ficaram com notas 4 e 5 e 13,5% tiveram conceitos 1 e 2 no item chamado Conceito Enade.

Entre as instituições privadas, 11,6% tiveram as duas notas mais altas e 24,9% ficaram com as notas mais baixas. O Conceito, cujas notas variam de 1 a 5, avalia o desempenho dos formandos e dos calouros.

Dos 3.248 cursos superiores que participaram do Enade em 2007, 722 ficaram com as notas mais baixas: 1 e 2, o que corresponde a 22,3% do total. Excluindo os que ficaram sem conceito, a maioria dos cursos avaliados ficou com nota 3 (24,2%). Outros 621 obtiveram as maiores notas 4 e 5 (19,2%), sendo que 134 ficaram com a nota máxima, que é 5. As provas foram aplicadas a 190 mil estudantes de todo o país.

A região Centro-Oeste foi a que teve a maior concentração de notas baixas: 24,7% dos cursos ficaram com notas 1 e 2. Já na região Sul foi registrado o maior índice de cursos com notas 4 e 5: 27,9%. No curso de farmácia, 43,2% das notas ficaram entre 1 e 2, e no curso de fonoaudiologia, 48,9% obtiveram notas 4 e 5.

O Enade avaliou no ano passado cursos de 16 áreas do conhecimento: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, radiologia, agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia.

EM 2008 – A cada ano, diferentes cursos são escolhidos para a avaliação. Em 2008, serão avaliados os cursos de arquitetura e urbanismo, biologia, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química. Também entram na lista os cursos superiores de tecnologia em: construção de edifícios, alimentos, automação industrial, gestão da produção industrial, manutenção industrial, processos químicos, fabricação mecânica, análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores e saneamento ambiental. A prova será realizada no dia 9 de novembro.

O exame foi criado em 2004 para avaliar a qualidade dos cursos e instituições de ensino superior em todo o Brasil e o grau de aprendizado dos estudantes. As provas incluem questões de formação geral e de conteúdos específicos.

(COM AGÊNCIA BRASIL)