Apucarana completa rota do conhecimento

O Centro Tecnológico de Desenvolvimento Profissional do Norte do Paraná (Centro Moda) foi federalizado para sediar um dos campi da Universidade Tecnológica Federal (UTF).
A assinatura do convênio ocorreu na última sexta-feira.
O deputado federal Alex Canziani (PTB), que viabilizou o projeto, em Brasília, diz que agora “Apucarana está integrada à rota do conhecimento no Norte do Estado, que compreende Londrina e Cornélio Procópio”. Confira abaixo os principais trechos da entrevista concedida à Tribuna:
TN – Como surgiu a idéia de trazer uma Universidade Federal para Apucarana?
Canziani – Quando assumi meu primeiro mandato, tinha claro que os deputados precisavam procurar algumas áreas para atuar. No meu caso, é o turismo e a educação profissional. Soube de um programa chamado Expansão da Educação Profissional (Proep), um convênio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o Governo Federal, no valor de U$ 500 milhões para construir escolas no país. A primeira escola que eu pensei foi para Arapongas, onde o setor moveleiro é muito forte e a cidade tem hoje uma das melhores escolas do país.
TN – No caso de Apucarana, é o setor de confecções?
Canziani – Exatamente. Em 2001, eu passei pela cidade e conversei com o empresário Baltazar Eustáquio de Olvieira (diretor-superintendente da Tribuna), que se interessou bastante pela idéia. Quando o empresário Ricardo Amaral, que também tinha esse objetivo, assumiu a presidência da Acia (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana), iniciamos a luta. Com a ajuda do prefeito Valter Pegorer, conseguimos uma parceria com a Fundação Tupi para a implantação do Centro Moda. Eles formaram três turmas e, no final do ano passado, anunciaram a decisão de deixar a cidade. Foi aí que a atual presidente da Acia, Maria Isabel Lopes, nos procurou, preocupada com a situação.
TN – Em um primeiro momento, o Senai iria assumir o Centro Moda. Por que isso não aconteceu?
Canziani – Foi uma coisa abençoada. No dia 28 de Janeiro, aniversário da cidade, eu trouxe o presidente, na época, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Henrique Paim, ao Paraná. A intenção era que ele viesse a Apucarana assinar a autorização para que o Senai pudesse participar. Mas houve um problema na documentação e ele não veio. Logo após, o presidente Lula autorizou a transformação de 18 escolas do país em Cefet. Para nossa satisfação, uma delas foi em Apucarana. O concurso para seleção de pessoal já foi, inclusive, aprovado. Das 18, apenas sete tiveram o quadro de pessoal aprovado. Até junho deve ser feito o concurso para a contração de professores e funcionários. O vestibular deve ser feito este ano ainda para a primeira turma começar no ano que vem.
TN – O que isso vai representar para Apucarana e região?
Canziani – Vai ser um grande fator de desenvolvimento da cidade, porque as empresas querem ficar hoje onde tem mão de obra qualificada. Então, Apucarana, que já tem um trabalho na área de bonés, de confecções, vai contribuir muito. Tem que ser uma meta da cidade criar um Parque Tecnológico aqui.
TN – Apucarana já está se expandindo como cidade universitária. Com uma Universidade Federal em Londrina e outra aqui, serão dois pólos?
Canziani – Eu me lembro que, quando fizemos a assinatura de um convênio em Londrina, de um editorial que foi feito aqui pela Tribuna. O texto falava do “corredor do conhecimento”. Se nós pegarmos a Universidade Tecnológica em Apucarana, Londrina e Cornélio Procópio, nós teremos exatamente um corredor. Isso é um fator de aglutinação de oportunidades.
(TRIBUNA DO NORTE, 21/05/2006)