Governo reforça ensino técnico

AssCom Alex Canziani
27 de Janeiro de 2006 - 09:31 h

O governo federal vai contratar mais 900 professores e 600 servidores paras as escolas de ensino técnico e tecnológico federais. O anúncio foi feito ontem, ao final de um encontro com os diretores dos Centros Federais de Ensino Tecnológico (Cefet), no Palácio do Planalto. As novas contratações serão para atender o programa de expansão dos Cefets, em que 32 novas escolas deverão ser construídas, 25 este ano.

O programa de expansão havia sido anunciado no final de dezembro do ano passado, mas os diretores reclamavam a contratação de mais pessoal. Na metade de 2005, o governo já tinha autorizado a contratação de 500 professores. No entanto, esses são apenas para a reposição de docentes que se aposentaram ou se afastaram por alguma outra razão.

A confirmação da contratação dos professores foi feita pouco antes do início da reunião com os diretores. Quem também esteve por lá foi o presidente da Frente Parlamentar em defesa da Educação Profissional do Congresso Nacional, deputado federal Alex Canziani (PTB-PR): “É uma grande notícia para o país. Investir em educação profissional é uma forma de acabar com o desemprego”, comentou o parlamentar.

CURSO TÉCNICO – O programa das escolas técnicas é o preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reconheceu: “Eu tenho paixão especial pelas escolas técnicas”. Lula lembrou da época em que fez o curso técnico de torneiro mecânico e disse que foi o primeiro a ter “uma casa, um carro, uma televisão em uma família de oito”, por ter feito um curso técnico.

Lula aproveitou para cutucar seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Possivelmente quem já fez um curso de pós-graduação na Sorbonne não tem essa dimensão. Eu tenho. Eu tenho a exata dimensão do que vale um curso profissional, por mais simples que ele seja”, afirmou. Fernando Henrique tem um doutorado na Universidade de São Paulo – como o ministro da Educação, Fernando Haddad, que estava ao lado de Lula – e um pós-doutorado na Universidade de Paris.

O presidente disse ainda que o País está muitos anos atrasado na educação por falta de continuidade de investimentos dos governos anteriores. “Houve muito tempo perdido. Se tivesse uma meta de crescimento das universidades teríamos hoje o dobro do que tínhamos na década de 70. Lamentavelmente se parou. E nas escolas técnicas foi a mesma coisa”, afirmou Lula, que disse ter se assustado ao descobrir que teria que revogar uma lei que proibia o governo federal de construir novas escolas técnicas.

REDE – A legislação, de 1998, dizia que a União só poderia criar novas escolas se Estados, municípios, ONGs ou o setor produtivo assumissem a manutenção, o que dificilmente acontecia. “É um negócio inimaginável num País que precisa de educação profissional”, afirmou. “É engraçado porque essas coisas foram feitas pelos mentores do Estado moderno”.

A rede atual tem 109 escolas, entre escolas de ensino básico profissional, escolas técnicas agrícolas e Cefets, recentemente transformados em centros universitários e que reúnem ensino técnico de nível básico e de ensino superior tecnológico.

(Com Agência Estado e Folha de Londrina)