CNPq vai liberar R$ 29 mi até 2006

Poucos empresários sabem, mas o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) disponibiliza recursos para empresas interessadas em formar ou treinar profissionais de nível médio qualificados a desenvolverem projetos de pesquisa. Um deles é o programa Recursos Humanos para Atividades Estratégicas em Apoio à Inovação Tecnológica (RHAE), de incentivo às micro e pequenas empresas, que irá liberar R$ 10 milhões neste ano e outros R$ 19 milhões em 2006 na forma de bolsas de estudo ou de pesquisa.
Além do financiamento das bolsas, o programa permite a contratação temporária de especialistas para o desenvolvimento de projetos especiais, nas áreas de software, semicondutores, bens de capital e fármacos e medicamentos. O edital está aberto e o prazo para apresentação das propostas para serem avaliadas ainda na primeira rodada vence no próximo dia 30.
Ontem à tarde, cerca de 50 empresários participaram de um encontro com o coordenador geral do Programa de Pesquisa em Engenharia, Capacitação Tecnológica e Inovação do CNPq, Carlos Alberto Pittaluga Niederauer, que veio a Londrina a convite da Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel) e do deputado federal Alex Canziani (PTB) para divulgar os programas de incentivo à pesquisa tecnológica do governo federal.
Qualidade
“Os recursos existem, mas falta divulgação. O CNPq está aqui para garantir que não faltarão recursos para projetos de qualidade”, afirmou o presidente da Codel, Cláudio Tedeschi. Segundo ele, Londrina está entre os 15 maiores pólos de tecnologia do País e 36% das empresas instaladas no Município e região desenvolvem projetos inovadores na área tecnológica, contra 34% na Região Metropolitana de Curitiba. “Além de maior facilidade na captação de recursos que viabilizem os projetos, o que falta para a Cidade é mais união dos órgãos do setor de tecnologia.”
Anualmente, o CNPq libera R$ 650 milhões para financiar projetos na área de tecnologia. Nos últimos anos, algumas mudanças promovidas pelo governo federal ajudaram no direcionamento dos recursos. Uma delas foi a criação dos Fundos Setoriais para Ciência e Tecnologia, em 1999, que capta recursos dos setores produtivos e repassa a projetos de ciência e tecnologia.
Outra mudança foi a criação da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, que visa ao crescimento industrial sustentável, crescimento econômico e geração de emprego e renda. Ao todo, o CNPq mantém 50 mil pesquisadores no País, sendo 9 mil deles apoiados nas universidades. “Ainda não é o ideal, mas os grupos mais consolidados recebem um volume razoável dos recursos”, salientou Niederauer. “Investir em ciência e tecnologia é um grande passo em direção à soberania econômica e social”, avaliou. (JORNAL DE LONDRINA, 24/05/2005)