Embratur mostra Plano Aquarela no Paraná

Logo após a criação do Ministério do Turismo, no início de 2003, o governo federal estipulou a meta de atingir o índice de 9 milhões de turistas estrangeiros visitando o Brasil em 2007, que representariam uma injeção de US$ 8 bilhões na economia nacional. Em 2004, 4,7 milhões de turistas estrangeiros vieram ao Brasil e gastaram ao todo US$ 3,2 bilhões.
Para atingir a meta estipulada, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) que desde 2003 tem como atribuição exclusiva a promoção turística do País no exterior, está lançando o Plano Aquarela. Com custo de R$ 4 milhões, o projeto nasceu de pesquisas realizadas em 18 países. Nesta primeira etapa, o objetivo era verificar os interesses dos turistas que visitam o Brasil.
A conclusão foi de que é necessário investir em estratégias de divulgação diferenciadas em cada país. ”Não podemos cometer o erro de achar que o Brasil deve ser promovido da mesma forma em todos os lugares do mundo”, comentou o presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, que esteve ontem em Curitiba para apresentar o plano a empresários. ”Para citar um exemplo, o sol e a praia, que são sempre associados ao nosso País, não são atrativos para turistas chineses. Os orientais não gostam de expor o corpo, de ficar sob o sol, de ir à praia”. Antes, Sanovicz esteve em Londrina, a convite do deputado federal Alex Canziani (PTB), para proferir uma palestra na Unopar.
”Na pesquisa, constatamos que, excetuando-se os entrevistados de Portugual, boa parte das pessoas consultadas sabiam muito pouco sobre o que podiam encontrar no Brasil. O que é algo bom, pois é mais fácil criar uma imagem do que reconstituir uma”, explicou Sanovicz. Uma das primeiras ações para a aplicação do Plano Aquarela foi a criação da Marca Brasil, um selo multicolorido que fará parte de todos os materiais de divulgação de atrações turísticas do País.
Sanovicz explicou que as ações do projeto considerarão o fascínio provocado pelos recursos naturais e pelas opções de lazer, que tradicionalmente são os grandes chamarizes brasileiros de turistas, mas que as estratégias contemplarão também o turismo de negócios e eventos. Hoje, o Brasil ocupa a 14 posição no ranking de países que sediam encontros internacionais. ”Acredito que até 2007 estaremos entre os dez primeiros nesta lista”, disse Sanovicz.
”O turismo à base de recursos naturais e lazer é correto, mas é restrito, bate no teto muito rápido. E em muitos casos tem consequências nefastas, como o turismo sexual”, afirmou o presidente da Embratur. Com o Plano Aquarela, o Ministério do Turismo objetiva incluir o Brasil entre os 20 países que mais recebem turistas. (FOLHA DE LONDRINA, 11/05/2005)