Salas lotadas não produzem qualidade na educação

Salas de aula apinhadas de gente não contribuem para a qualidade da educação oferecida pelo professor. É o que acha o professor e doutor Gabriel Perissé, que nesta quarta-feira deu uma palestra para Frente Parlamentar da Educação, em Brasília. Ele falou sobre “Os Sete Pecados Capitais e as Virtudes da Educação”.
“Educação de qualidade é com poucos alunos na sala de aula, para que o professor consiga dar a atenção necessária para cada um”, salienta Perissé. Ele destacou como o professor deveria tratar seus alunos: “O aluno pode errar, deve errar para poder acertar e o professor deve ser generoso com seus alunos, precisa descobrir o talento de cada um. O aluno precisa ser incentivado naquilo que é bom. Nenhum aluno sabe tudo e ninguém não sabe nada”, disse.
Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo, Gabriel Perissé é formado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e também doutor em Filosofia da Educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Ele tem mais de 20 livros na área da educação.
Durante sua palestra, Gabriel Perissé também salientou como os mestres deveriam ser tratados. Para ele, o maior problema da educação é a desvalorização do professor. “Nossos docentes precisam de melhor remuneração e preparação, assim poderemos exigir mais deles.”
Ainda na avaliação de Perissé, a escola deve ser um lugar atraente para os alunos. “A escola tem que ser também um lugar de ócio criativo. A escola precisa entrar na era da mídia”, destacou, e reiterou que toda a sociedade tem que se envolver no processo de melhoria da educação. “Não podemos ficar nesse jogo de culpa nos problemas da educação, temos todos a obrigação de contribuir por uma educação melhor”.
O presidente da Frente Parlamentar, deputado Alex Canziani, também destacou a importância do professor. “É fato que todos os profissionais – necessariamente – passaram por um professor, então o mestre é o agente mais importante para vencermos o desafio de alcançar uma educação de qualidade. O Brasil não vai chegar ao patamar de país desenvolvido sem educação de excelência.”
Mas o deputado lembrou que, apesar da importância do professor para a sociedade, a carreira anda em baixa. “Hoje a carreira de professor não é prestigiada, poucos jovens desejam ser mestres. Somente 2% dos jovens que estão no ensino médio querem ser professor. Precisamos trazer os melhores talentos para a sala de aula, mas para isso precisamos ter uma carreira atrativa, melhor remunerada”, destacou o deputado da educação.