Professor tem que aceitar tecnologia utilizada pelos alunos, diz especialista

A humanização e a boa oralidade na comunicação são dois dos grandes desafios dos professores e das escolas brasileiras para melhorar a sua relação com os alunos da atualidade. É o que deixou claro a professora e pedagoga Emília Cipriano, de São Paulo, que esteve em Londrina oferecendo a palestra “Os saberes das crianças e saberes dos educadores: Um diálogo possível?”, a convite da Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional e da UniFil, que realizam o ciclo de palestras “Educação em Debate.
Para Emília, as escolas precisam de muitas mudanças: “O modelo ainda é arcaico, tem regras rígidas, e por isso precisa humanizar estas relações”, destacou a professora, para um público de 846 pessoas presentes ontem à noite no auditório do Centro de Adoração da Igreja Presbiteriana Central. “Temos uma relação bastante conflituosa, porque as escolas, infelizmente, são do século 19, os professores são do século 20 e os alunos são do século 21.”
O convívio com instrumentos tecnológicos, como aparelhos de celular e tablets, sempre presentes nas salas de aula, também é outro desafio do professor no diálogo com o aluno, e o professor é quem tem que tomar a iniciativa para este bom diálogo. Emília acha que a sala de aula tem que se transformar num espaço de grande interação, e não condena o uso destes aparelhos, “até porque temos outro jogo nesta relação, porque estamos vendo uma ‘geração digital’ interagindo com o ‘professor analógico’”. Para ela, neste aspecto o professor é muito mais um “aprendente” do que um “ensinante”.
De qualquer forma – diz a professora e pedagoga –, o professor, “como um fundador de mundos”, não pode recriminar o uso destas tecnologias, “pelo contrário: ele tem que aproveitar e incorporar este instrumento como um objeto de ensino, usando-o para provocar debates e reflexões de temas dentro da sala”.
O presidente da Frente da Educação, deputado Alex Canziani e o reitor da UniFil, Eleasar Ferreira, prestigiaram e elogiaram a palestra. “Realmente chegar num diálogo harmonioso contribui bastante para a melhoria da qualidade do ensino”, avaliou o deputado da educação.